terça-feira, 6 de dezembro de 2011

NUNCA fique em cima do muro, sob nenhuma circunstância. A gente morre de qualquer forma.
A única certeza que temos nesta vida é de que vamos morrer. E só.
Então, quando achares que sua hora chegou, opte sempre pela verdade. Se você quer uma coisa, ASSUMA. Caso não queira, ASSUMA.
Não há nada mais nobre do que ser reconhecido(a) por assumir suas posturas.
As pessoas não ficam conhecidas pelas suas covardias. ASSUMIR, neste mundo dilacerado pela corrupção, é a palavra de ordem.
Ninguém é obrigado a fazer o que não quer.
Ninguém é obrigado a ser um verme. Vermes não assumem nada. Nós, seres humanos temos posturas, assumimos nossos erros, nossos acertos, nossas “cacas”. Quem não se comporta assim tem atitude de verme.

Fátima Sena
Educadora social

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

COLAÇÃO DE GRAU: uma ex-cerimônia.

Há vinte e dois anos atrás foi a minha colação de grau. Eu nunca havia participado de ato tão solene, fiquei emocionada quando ouvi o meu nome e me encaminhei ao paraninfo do curso que incumbiram de me entregar o certificado de conclusão de curso. Emoção parecida eu só sentira quando ouvi meu nome no rádio da casa em que trabalhava, anunciando a minha entrada para a universidade. Lembro-me da cerimônia, estávamos todas tão eufóricas que aquelas cadeiras duras improvisadas, nas quadras do ginásio Chico Neto nem pareciam incomodar a quantidade de tempo que teríamos de ficar ali. Confesso que não era tarefa fácil ouvir o nome de mais de quinhentos formandos, de cursos diferentes. Entretanto, a boa conduta ditava que o primeiro a ser chamado e o último teriam igual importância na escala social, pelo menos na entrega dos certificados.
Nunca mais participei de ato tão solene. Sexta feira passada fui à colação de grau do meu filho. Ele foi primeiro, pediu para que nós, os familiares, chegássemos depois das 19h. Quando entrei no pátio coberto do Parque de exposição Francisco Feio Ribeiro, assustei-me, pensei que a entrega já tinha terminado. Tentei me interar da situação. Não consegui. Aonde estava o ato solene? Quem eram aquelas pessoas? Eram realmente universitários formados? Teriam se preparado para respeitar as leis sociais? E seus familiares? Aonde estava a emoção dos pais e amigos ao ouvir o nome de seus formandos? Quem foi o primeiro a ser chamado? De qual curso? Quando chamaram o nome do meu filho? O que estava acontecendo?
Os primeiros formandos pegavam seus certificados e saiam do lugar, iam tirar fotos, levantavam, corriam para pegar as bexigas. A mestra de cerimônia solicitava encarecidamente que todos se sentassem, que respeitassem aos demais. Todas as súplicas eram negadas. Parecia um parque de diversões para crianças, era uma balburdia só. O estúdio fotográfico que organizaram para pós-cerimônia estava lotado, vendiam-se refrigerantes, águas, dentro do estabelecimento. Crianças choravam, corriam, parecia um estádio de futebol em época de jogos escolares. Como não consegui ouvir o nome do meu filho e o vi de longe tirando fotos com os amigos, tentei focar minha atenção à homenagem que fariam aos pais. Neste exato momento, ao meu lado duas pessoas começaram a se estapear, gritavam, xingavam mutuamente. Eu não sei se eram da mesma família, se eram inimigas, se tornaram-se inimigas ali. Sei que presencie uma cuspindo na cara da outra. Não entendi nada. Alguns formandos saíram das cadeiras, entre eles o meu filho, chamando-me para tirarmos fotos, protestei, disse que era descortês para com os demais, que deveríamos esperar o término da cerimônia. Ele riu. “-Que cerimônia, mãe?!”. Ele tinha razão, não havia cerimônia. Fui.
Fátima Sena
Educadora da rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Robert G. Iagersoll

Na vida nao existem prêmios nem castigos, mas sim consequências

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Despedida

Por mim, e por vós, e por mais aquilo

que está onde as outras coisas nunca estão,

deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:

quero solidão.



Meu caminho é sem marcos nem paisagens.

E como o conheces? - me perguntarão.

- Por não ter palavras, por não ter imagens.

Nenhum inimigo e nenhum irmão.



Que procuras? Tudo. Que desejas? - Nada.

Viajo sozinha com o meu coração.

Não ando perdida, mas desencontrada.

Levo o meu rumo na minha mão.



A memória voou da minha fronte.

Voou meu amor, minha imaginação...

Talvez eu morra antes do horizonte.

Memória, amor e o resto onde estarão?



Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.

(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!

Estandarte triste de uma estranha guerra...)

Quero solidão.



Cecília Meireles